O cliente nem sempre tem a razão… tampouco as garotas de programa – A rixa entre clientes e GPs

Já faz um ano que eu acompanho comentários de clientes e de garotas de programa, e devo confessar que esta é a única indústria do mundo onde consumidores e profissionais se odeiam. 

Vejo vários clientes tratando garotas de programas como inimigas, assim como vejo muitos comentários nos grupos das garotas tratando clientes também como inimigos.

Mas a culpa não é dos clientes, e nem das garotas. A causa raiz deste problema está na informalidade da indústria do sexo pago no Brasil.

No vídeo acima, eu resumo estes problemas. Se você assistir o vídeo, pule direto pro tópico “Vamos nos unir: como você pode ajudar a melhorar a comunidade do sexo pago” para entender como você pode ajudar!

A indústria do sexo pago tem alto nível de insatisfação porque é uma indústria informal

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A indústria garotas de programa não deveria ser diferente de indústria de serviços de transporte ou entrega de comida. Eu não estou dizendo que o Uber e o iFood são perfeitos, até porque é muito comum encontrar vídeos na internet onde se faça chacota e humor em cima dos comentários negativos dessas plataformas. Mas estas experiências negativas são exceções!

Enquanto isso, na indústria do sexo pago, os casos de experiências negativas são muito mais frequentes, tanto para garotas de programas, quando para clientes. Isso tudo por causa da informalidade, que não permite que se tenha uma maior rigorosidade sobre a qualidade de serviço ou à segurança das garotas de programa.

Entenda porque muitos clientes enxergam garotas de programa como inimigas

Apesar de haverem muitas garotas que adoram a profissão e tem um excelente atendimento, existem dois grandes problemas na indústria da prostituição hoje. 

O primeiro deles é o grande número de fakes e fotos photoshopadas. Acho que todos os clientes desse mercado, sem exceção, já tiveram esta péssima experiência, principalmente nos primeiros encontros, quando o cara ainda não tem as “manhas” pra saber se a garota é fake.

O segundo problema é o compromisso com a qualidade do atendimento de garotas de programa. Muitas garotas não fazem o menor esforço para tratar bem seus clientes. Não é nem uma questão de gostar de transar, afinal muitas pecam até mesmo na simpatia ao lidar com clientes. 

E diferente de ter uma corrida ruim com o motorista do Uber, ou comer uma pizza ruim do iFood, a experiência negativa com uma acompanhante é muito mais traumática, seja pelo custo de uma garota de programa, que costuma ser mais de R$200, como também o tempo perdido.

Desta forma, é de se esperar que clientes generalizam as experiências negativas como se fosse um problema com todas as garotas, mesmo quando algumas profissionais ainda atendem de forma excelente.

Entenda porque muitas garotas de programa enxergam clientes como inimigos

Como fundador do Paradise Girl, faço parte dos grupos de WhatsApp das nossas anunciantes. Quando eu era apenas cliente, jamais poderia imaginar como a vida delas é difícil e como existem clientes com más intenções. Sempre me entristeço com três principais problemas que elas enfrentam todos os dias.

O primeiro deles é o alto número de trotes e internautas querendo se aproveitar pedindo fotos apenas para se masturbar. Este problema acontece todo dia com as garotas, e isso não só aborrece as garotas, mas faz elas perderem bastante tempo.

O segundo grande problema que essas garotas passam com frequência são os golpes. não vou mencionar aqui em detalhes como funciona, para não dar ideia aos maus intencionados, mas pelo menos uma vez por mês eu vejo caso de garotas que foram enganadas no trabalho.

O terceiro problema, e com certeza o pior deles, é a vulnerabilidade das garotas durante o atendimento. Nos grupos já foi relatado casos de sequestro com tentativa de estupro, clientes armados, cliente sob o efeito de álcool ou entorpecentes, e clientes extremamente agressivos, que agrediam as garotas durante o programa. Fora obviamente, os clientes tentam tirar o preservativo durante a transa… não vou nem comentar, né?

Infelizmente, a falta de regulamentação da profissão no Brasil impossibilita que as garotas sejam protegidas destes três tipos de de ameaças. E não é à toa que grande parte das garotas também tratam todos os clientes como inimigos, pois passam situações desagradáveis e perigosas todos os dias em sua profissão.

Os mal entendidos entre acompanhantes e clientes

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Nos grupos das garotas, já vi muitos casos clientes com dúvidas normais das quais as garotas achavam se tratar de trote, enquanto eu como homem conseguiria me imaginar fazendo aquelas perguntas em uma possível contratação.

O primeiro exemplo é casos em que clientes pedem fotos adicionais, seja dos pés, buceta ou alguma outra parte do corpo. Sim, eu sei que muitas garotas vendem fotos online, e você não precisa tirar fotos de “graça” se não quiser, mas eu fico pensando: “porra, se o cara for um podólatra, é óbvio que ele vai querer ver a foto do pé antes de contratar a garota.” Da mesma forma, se o cara tiver uma preferência por um tipo de buceta ou outro, ele ta no direito dele de querer saber como é antes de contratar. Não estou falando que a garota é obrigada a fornecer, sem custo, mas também não precisa esculachar o cliente.

Outro caso que vejo com frequência são de clientes interessados em sexo anal, mas que mencionam o tamanho do documento perguntando se a garota “consegue aguentar um pau de 20cm.” Sim, eu concordo que a maioria dos que mandam mensagem assim são punheteiros… mas sempre haverá um ou outro que não é!

Hoje eu entendo o lado delas, e sei que elas estão cansadas de tantos trotes. Porém, Vale ressaltar que não existe hoje nenhum guia das boas etiquetas para que os clientes saibam o que pode ou não perguntar, ou como perguntar. 

Vamos nos unir: como você pode ajudar a melhorar a comunidade do sexo pago

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1. Não generalizar e nem fazer comentários maldosos e pejorativos

Vamos todos, clientes e garotas, parar de generalizar e fazer comentários maldosos sobre o outro lado. Isto só continuará reforçando a inimizade entre os dois lados, e todos saem perdendo.

Não estou dizendo para parar de expor as pessoas de má fé: continuem compartilhando clientes escrotos e garotas fakes, mas evitem mensagens e palavras de ódio.

2. Lutar pelo fim dos problemas que assombram clientes e acompanhantes

Vamos lutar contra problemas que assombram os clientes, como o fim dos fakes, foto photoshopadas e atendimento de baixa qualidade, assim como lutar contra os problemas que assombram as garotas, como o fim dos trotes de punheteiros, golpes, e clientes que colocam as acompanhantes em situação de risco.

Como lutar? Se você é ou conhece alguém que comete alguma destas injustiças, pare imediatamente, ou peça que seu amigo pare.

Além disso, exponha! Se você saiu com uma garota e se arrependeu, comente nos fóruns, no Twitter, denuncie no site. Faça o possível para que ela não consiga mais trabalhar. E se você é uma garota que recebeu trote ou golpe de algum número, mande para as amigas bloquear o número para que a pessoa tenha o WhatsApp banido. Se saiu com um cliente violento, avise suas amigas, para que elas não tenham o mesmo problema!

3. Reconhecer as pessoas honestas e educadas neste meio

Vamos celebrar e reconhecer as boas pessoas neste mercado. Clientes, não tenham medo de compartilhar com seus amigos, seja no boca-a-boca ou nas redes sociais, todas as acompanhantes que fazem um excelente atendimento. Garotas, não deixem de compartilhar com suas amigas os clientes que são educados e simpáticos, que vale a pena atender. 

Mais importante que isso, garotas, parem de se tratar como inimigas ou competidoras. Eu sei que clientes e garotas tem ciúmes ou não gostam de compartilhar um bom achado com os outros, mas notem que isso é bom para a comunidade, um benéfico à todos.

O Paradise Girl também ajudará!

Comecei o Paradise Girl para resolver os principais problemas de clientes e garotas. Entretanto, ainda não fizemos o suficiente. Gostaria de firmar um compromisso com a comunidade do entretenimento adulto: 

“A partir de hoje, vamos trabalhar ativamente para recompensar garotas e clientes que são educados, simpáticos e honestos. Nossa equipe já listou algumas iniciativas para trazer mais formalidade a este mercado e acabar com os principais problemas que assombram clientes e garotas de programa.” Pedro Borges

Pela primeira vez no mundo, temos chances de vencer essa luta

Hoje se fala muito em black lives matter, em feminismo, no movimento LGBT… mas as garotas de programa continuam esquecidas, e naturalmente, os clientes perdem também ao não apoiar a causa. 

Entretanto, as redes sociais nos uniram! Hoje somos muitos, e vamos aproveitar a comunicação que as redes sociais nos permitem para discutir sobre o tema. 

Não é possível pensar na regulamentação da prostituição sem ter uma comunidade unida e alinhada, então bora se unir e mudar essa porra de uma vez por todas!

#éTrabalhoDignoTambém

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Pedro Borges
Fundador do Paradise Girl e consumidor do mercado de garotas de programa a mais de 5 anos. Entrou nesta vida em São Paulo, nas melhores boates e sites do Brasil, e teve experiências no Rio de Janeiro, Campinas, Florianópolis e até mesmo em Santiago, no Chile. Estudou engenharia na UFSC, trabalhou em consultoria de negócios e agora se dedica ao empreendedorismo!

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